17 de set. de 2010

A imagem que fala por si no cinema

    A imagem, desde seu surgimento até a sua solidificação como arquivo da história, memória de uma comunidade, fonte de informação; entretenimento, caracterização política e social, etc. passou por diversos níveis de relevância e creio que foi através da fotografia e do cinema que esta obteve maior difusão.
    Catelli diz que Fernando de Azevedo – um dos defensores da utilização do cinema na educação brasileira - considerava que o cinema, assim como o rádio, eram novos meios que serviam à “educação popular pelo seu extraordinário poder de sugestão”. (CATELLI, ano?) Além disso, este é um canal que é procurado e que consegue chegar nas pessoas em geral. Contudo, muitas vezes, no cinema a imagem como fonte de informação em si mesma perdeu o sentido ao ser envolvida por uma série de artifícios que auxiliam e, frequentemente, sustentam as composições cinematográficas. Artifícios esses que tornam a composição completa, mas desvalorizam a imagem como umas das únicas fontes de informação como ocorria no início das criações de cinema.


“Os planos, o movimento da câmara, a duração das tomadas, os cortes, as fusões, os “flashback”, as tomadas subjetivas, os sons, as falas... constituem uma linguagem que configura a experiência virtual e que estimula a apreensão imediata do sentido, com sacrifício da apreensão completa do sentido, que inclui o modo de dizer, a identificação da fonte e os muitos significados de cada imagem ou sequência.”(ANDRADE,ano?,p.5)

    Filmes que se contrapõe ao aspecto dominante atualmente no cinema pertencem a Trilogia Qatsi, entre outros atributos desta trilogia, ela é composta apenas por som e imagem, onde um se completa no outro e a compreensão do sentido completo a que se refere Arnon A. M. de Andrade acontece. Nesta composição, o telespectador realmente parece penetrar no mundo que o diretor Godfrey Reggio e o músico Philip Glass apresentam. Acredito que o poder deste filme está no fato de não utilizar-se de outros recursos para explicar as imagens, elas são autoexplicativas, ao mesmo tempo em que deixam margens para interpretações. Neste ponto, está o poder da imagem como fonte de informação - ela comunica sem precisar de longos textos, forma redes ao assemelhar-se com outras, permanece por mais tempo na memória, caracteriza-se pelo que é e por quem a observa, possui força ao comunicar de forma simples.

Referências:
ANDRADE, Arnon Alberto Mascarenhas de. Fragmentação e integração dos meios. Disponível em: http://www.educ.ufrn.br/combase/dearnon.htm   Acesso 14 Set 2010.
CATELLI, Rosana Elisa. O Instituto Nacional de Cinema Educativo: o cinema como meio de comunicação e  educação. Disponível em: http://www2.eptic.com.br/sgw/data/bib/artigos/b2d62f74fa61d243a02f4e4f8a3ce8c2.pdf Acesso 14 Set 2010.

HAUENSTEIN, Deisi; FAZETTO, Denise. Monografias, Dissertações e Teses. Porto Alegre: Nova Prova, 2008.

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